​IPCA fica perto da estabilidade em agosto. A Selic sobe mesmo assim?

  • 10/09/2024
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​IPCA fica perto da estabilidade em agosto. A Selic sobe mesmo assim?

IPCA fica perto da estabilidade em agosto. A Selic sobe mesmo assim?

O índice caiu 0,02%, mais que o esperado, registrando a primeira deflação em 14 meses


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a "inflação oficial" por ser considerado pelo Banco Central para calibrar a Selic, caiu 0,02% em agosto. Foi registrada, assim, a primeira deflação no Brasil em 14 meses. Bem pequena, é verdade, então podemos dizer que o ritmo do custo de vida ficou praticamente estável em relação ao mês anterior - conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (09). O indicador mostrou, assim, forte desaceleração ante julho, quando foi registrada uma inflação de 0,38%.

O resultado veio bem próximo das projeções do mercado. A mediana das 32 estimativas colhidas pelo Valor Data apontava para um IPCA de 0,01% em agosto. As estimativas iam de uma queda de 0,1% a um avanço de 0,13%.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Com o resultado, o IPCA volta a ficar abaixo do limite tolerado pelo governo. A meta de inflação fixada para este ano é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Portanto, o "aceitável" seria uma inflação de até 4,5%, como era o registrado no mês de julho.

Como o resultado impacta a Selic e seus investimentos?

Primeiro de tudo, é preciso entender que além da inflação impactar o bolso das pessoas no dia a dia, ela também mexe com a vida dos investidores.Quando há uma alta dos preços, o instrumento usado pelo Banco Central pra conter esse avanço é a Selic. Portanto, a autoridade monetária pode aumentar os juros para encarecer o crédito às pessoas e empresas e, dessa forma, conter o consumo e frear a inflação.

O mesmo acontece no cenário oposto. Se a alta dos preços está sob controle, a autoridade monetária pode cortar os juros (ou seja, "baratear o dinheiro") para incentivar que as pessoas e empresas voltem a gastar sem que isso comprometa o bolso delas, já que a alta dos preços está sob controle. Portanto, éum estímulo para a economia aquecer.

O cenário atual, no entanto, é de preocupação com a inflação. Recentemente, o Banco Central interrompeu a sequência de cortes da Selic que vinha acontecendo desde agosto do ano passado. E foi além: começou a dar sinais de que os juros podem voltar a subir. A razão para a mudança foi justamente o temor de que os preços começariam a avançar de forma mais acelerada, devido especialmente à atividade mais forte por aqui.

Mesmo após outros indicadores inflacionários como o IPCA-15 e o IGP-M mostrarem um arrefecimento, os dirigentes do BC continuaram adotando um discurso cauteloso. E com o PIB do segundo trimestre surpreendendo para cima, ficou ainda mais evidente que há pressões inflacionárias na economia e, portanto, um aumento nos juros pode ser bem-vindo.

Agora, o que resta aos investidores é aguardar para ver como os dados serão recebidos pelo BC e como isso pode mexer com as expectativas em relação ao rumo da Selic daqui em diante.

O que encareceu e o que barateou?

Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram queda e influenciaram o resultado de agosto. O grupo Habitação recuou 0,51%, enquanto Alimentação e bebidas caiu 0,44%.

No lado das altas, o maior impacto veio de Educação, que subiu 0,73%. Os demais grupos ficaram entre o 0,00% de Transportes e o 0,74% de Artigos de residência.

  • Habitação

No grupo Habitação, a queda foi influenciada, principalmente, pela energia elétrica residencial, que passou de um avanço de 1,93% em julho para uma queda de 2,77% em agosto, com o retorno da bandeira tarifária verde.

  • Alimentação e bebidas

Em Alimentação e bebidas, o recuo veio, em parte, do barateamento de 0,73% da alimentação no domicílio. Segundo o IBGE, foram observadas quedas nos preços da batata inglesa (que barateou 19,04%), do tomate (que caiu 16,89%) e da cebola (que recuou 16,85%). No lado das altas, destacam-se o mamão (que encareceu 17,58%), a banana-prata (que subiu 11,37%) e o café moído (que teve alta de 3,70%).

A alimentação fora do domicílio, por outro lado, avançou 0,33%, mas a alta veio menor do registrado no mês anterior, quando foi de 0,39%.

  • Transportes

O grupo Transportes teve estabilidade nos preços. Segundo o IBGE, em relação aos combustíveis houve alta de 0,61%, com avanço de 4,10% no gás veicular; de 0,67% da gasolina e de 0,37% do óleo diesel. O etanol, por outro lado, recuou 0,18%. Além disso, as passagens aéreas registraram queda de 4,93% nos preços.

  • Educação

Em Educação, a alta de 0,73% veio de um avanço de 0,76% dos cursos regulares, principalmente por conta dos subitens ensino superior (que subiu 1,09%) e ensino fundamental (com aumento de 0,57%). A alta dos cursos diversos foi de 0,47% e é justificada principalmente pelos cursos de idiomas (que encareceram 0,98%).


FONTE Valor Investe - GLOBO.COM


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