'Ameaçam nos matar', diz mãe de jovem morto após agressão em escola de SP Maurício Businari
- 17/07/2024
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'Ameaçam nos matar', diz mãe de jovem morto após agressão em escola de SP
Desde a trágica morte de Carlos Teixeira, um adolescente de 13 anos, após agressões sofridas na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, a família vive um pesadelo contínuo. Além do luto devastador, Michele, mãe do jovem, relata que eles têm sido alvo de constantes ameaças.
Nas mensagens, enviadas à irmã de Michele, que é cabeleireira, a pessoa, sob o pseudônimo Melanina4551, ameaça os pais de Carlinhos de morte. "A justiça pune, o crime mata", diz um trecho. "Vou beber teu sangue e o do teu marido, seus lixos. Vou arrancar o teu coração e mandar para a vaca da tua irmã, que a próxima vai ser ela", escreve a pessoa, em outro trecho
A mãe conta que a família morava no mesmo bairro em que vivem os jovens acusados de agredir o filho. A polícia foi avisada pelo advogado da família, que registrou um boletim de ocorrência, mas ainda não se sabe de onde estão partindo as ameaças. Por isso, o desejo de deixar o bairro e, se necessário, até mesmo de cidade ou estado. Ela diz que, quando o marido vai trabalhar, ele se vê obrigado a mudar sempre o caminho, com medo de ser atacado
Na opinião de Michele, além da negligência da direção da escola em apurar o ocorrido e trabalhar para evitar o bullying que o menino sofria desde que foi transferido para a unidade, as investigações sobre o caso não avançaram. A Polícia Civil chegou a apreender dois adolescentes de 14 anos, colegas do filho, suspeitos de envolvimento nas agressões. "Porém, até o momento, não tivemos acesso às imagens das câmeras de segurança e não há um laudo definitivo sobre a causa da morte, por exemplo", avisa
Em audiência pública realizada na Alesp, no dia 4 deste mês, o delegado Alex Mendonça do Nascimento explicou que a demora nas investigações se deve à espera pelo laudo pericial, que inicialmente apontou broncopneumonia bilateral como causa da morte de Carlinhos. O laudo está sendo complementado com base em relatórios médicos de Praia Grande e Santos, solicitados pela polícia. A Polícia Civil também pediu ao CRM uma investigação sobre a conduta médica no atendimento ao menino, após denúncia de descaso pela família
Desde o incidente, toda a direção da Escola Estadual Júlio Pardo Couto foi substituída, informou a dirigente regional de ensino, Joelma Aparecida Alves da Silva. A nova gestão da escola inclui ações de acolhimento e combate ao bullying, com apoio de uma psicóloga e do Grêmio Estudantil…
O Programa Conviva-SP, da Secretaria Estadual de Educação, confirmou a agressão no dia 19 de março, mas não encontrou provas do espancamento em 9 de abril. Equipes especializadas foram enviadas à escola para intensificar o trabalho de combate ao bullying…
Em nota, a SSP-SP informou que a investigação do caso prossegue pelo 1° DP de Praia Grande. As imagens das câmeras de segurança foram analisadas pela equipe policial. "Os laudos periciais serão analisados pela autoridade policial, assim que finalizados. Dois adolescentes, de 14 anos, foram identificados como os autores e foram encaminhados à Fundação Casa, onde permaneceram à disposição da Justiça"…
A família responsabiliza o Poder Público estadual pelo que aconteceu e entrou com um pedido de indenização, cujo valor não foi revelado por seu advogado, Mohamad Ayache. "Trata-se de um processo de natureza obrigacional indenizatória. Acusação de responsabilidade objetiva do estado, conforme artigo 37, parágrafo 6° da CF (Constituição Federal)", explicou… - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noti...