Crise, que crise? Mercado de jatinhos novos e usados decola no país

  • 11/02/2024
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Crise, que crise? Mercado de jatinhos novos e usados decola no país

Crise, que crise? Mercado de jatinhos novos e usados decola no país

Aviação executiva avança com demanda do agronegócio. Serviços de táxi-aéreo também estão em alta


Por  João Sorima Neto - SP
Se a aviação comercial está penando para manter seu equilíbrio financeiro — a Gol recorreu à recuperação judicial nos EUA para levar adiante sua reestruturação — a aviação executiva mostra fôlego invejável no país. Com a interrupção de rotas comerciais na pandemia, esse segmento para poucos privilegiados foi bastante demandado e vem mantendo o ritmo de crescimento, mesmo diante de um quadro complicado para as grandes companhias aéreas.O número de pousos e decolagens de aviões de negócios aumentou, assim como a frota. As vendas, tanto no mercado de novos quanto no de “jatinhos usados”, também estão em alta.

Além da demanda de empresários, com destaque para os do agronegócio, há mais compras para serviços médicos e para o governo, que precisa do transporte aéreo para, por exemplo, levar atendimento à população indígena em regiões remotas do país.

Com regras facilitadas recentemente, crescem também os serviços de táxi-aéreo, com preços até próximos dos aviões de carreira no país, cujos bilhetes têm estado nas alturas.

— Os números de 2022 e 2023 foram espetaculares para o segmento executivo em compra e venda de aeronaves. O crescimento da economia vem se refletindo no movimento do setor — diz Flávio Pires, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), que representa a aviação executiva e prevê que o impulso continua neste ano.

Em 2019, segundo a Abag, foram 875,9 mil pousos e decolagens de aeronaves de negócios nos cem principais aeroportos do país. Esse número saltou para 901,9 mil em 2021 e chegou a 931,2 mil em 2022, No ano passado, o patamar foi praticamente mantido, com 926,1 mil operações. A frota de negócios (incluindo jatos, turboélices, helicópteros) atingiu 9.990 unidades em dezembro. Eram 9.607 um ano antes.

Segunda frota do mundo

O Brasil só fica atrás dos EUA, que tem frota de 14 mil unidades. Considerando apenas os jatos, a frota brasileira saltou de 780 unidades em 2022 para 852 no ano passado.

Fundador da JetMatch, uma empresa de compra e venda de jatinhos usados, Luiz Sandler conta que as transações cresceram entre 40% e 50% ao ano desde 2019. Além do agro, muitos empresários e altos executivos passaram a considerar os jatinhos como ferramenta de produtividade. Em vez de perder horas num aeroporto num voo comercial e fazer escalas, eles migraram para a aviação de negócios.

— Na aviação executiva, o voo não é a atividade-fim, mas sim uma ferramenta de ganho de produtividade. Por isso, quem pode, migra. E pode usar o avião para lazer também — diz Sandler, que expandiu suas atividades para os serviços de gestão de aeronaves.

  • O advogado de Direito Aeronáutico e especialista em negócios de aviação, Felipe Bonsenso, aponta a introdução do compartilhamento de aeronaves como um dos catalisadores do setor. Nesse modelo, autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desde 2021, em vez de gastar milhões de dólares num avião para chamar de seu, o interessado torna-se sócio de um. Compra uma cota do aparelho e o usa em datas marcadas, compartilhando os custos operacionais com os outros sócios.
    De olho no crescimento da tendência, Marcos Amaro, filho de Rolim Amaro, fundador da TAM, criou uma empresa de compartilhamento de aeronaves. O negócio já cresceu 60% desde 2021 e deve dobrar de tamanho este ano.
    — Temos entre 20 e 30 aviões compartilhados enquanto nos EUA são milhares. Portanto, há muito potencial de crescimento — diz Amaro.
Fonte o globo - globo.com

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